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MATɒIA TECNOLOGIA: Pel�las Especiais para Vidros - Mat鲩a Publicada em 15/07/2004 - |
Películas especiais para vidros:
Películas para vidros laminados e de superfície
A mais nova
geração de películas para vidros
laminados oferece a possibilidade de fabricação
de painéis combinando cores e desenhos geométricos,
que produzem efeitos semelhantes à técnica
da serigrafia.
Outra opção são as películas
de superfície, indicadas para fachadas de edifícios
antigos, que necessitam de melhores condições
de sombreamento.
O projeto de retrofit do Empire Tower, em Bangcoc,
utilizou cerca de 55 mil metros
quadrados de película de poliéster
de segurança para revestir 20 mil caixilhos,
com vidros semitemperados de dez milímetros, distribuídos em 62 andares
As películas desenvolvidas
para vidros destinados à indústria da
construção civil são, basicamente,
de dois tipos: filmes de polivinil butiral (PVB),
utilizados para laminação, e de poliéster,
aplicados na superfície. Além de suas
características técnicas, que permitem
a produção de vidros de segurança,
elas conferem aos projetos arquitetônicos apelo
estético, devido a sua gama de cores e desenhos.
Uma das novidades no mercado brasileiro são
as películas classificadas como decorativas,
desenvolvidas para os vidros laminados, com desenhos
geométricos e texturas metálicas que produzem
efeitos semelhantes aos dos vidros serigrafados.
Desenvolvidas para vidros laminados, as películas decorativas têm desenhos geométricos que produzem efeitos semelhantes aos dos vidros serigrafados, em fachadas, vitrines e interiores
A laminação é um processo
industrial de pressão e calor que forma um painel
composto por duas ou mais placas de vidros, intercaladas
por uma ou mais películas de PVB. Esse sanduíche
é prensado por uma calandra, que comprime o vidro
para eliminar todo o ar entre as camadas, promovendo
a adesão das placas ao PVB. Posteriormente, esse
painel passa por uma autoclave para receber nova carga
de pressão e calor, que assegura a total adesão
do conjunto.
No Museu de Arte de São
Paulo foram utilizadas
pel�las de poli鳴er para melhorar o desempenho dos
vidros,
promovendo seguran硠e prote磯 solar, sem interferir nas caracter�icas da fachada
Luciano Arruda, gerente de marketing da Solutia,
empresa que recentemente trouxe para o Brasil duas novas
linhas de películas decorativas para vidros laminados,
explica que quanto maior o número de películas
utilizadas na laminação, mais difícil
será o processo, devido à maior quantidade
de ar que se cria nas interfaces dos materiais.
Os filmes de PVB oferecem segurança, atenuação
acústica e proteção contra os raios
ultravioleta. As películas com características
acentuadas em segurança são produtos
de maior espessura, normalmente aplicados em fachadas
de embaixadas, bancos, galerias de arte, entre outros
tipos de edificações. Os produtos desenvolvidos
para controle solar recebem, em sua composição,
aditivos que ajudam a reter a energia. Existem
películas com espessuras de 0,38, 0,76 e 1,58
milímetro. Quanto maior a espessura do PVB, maior
será a atenuação acústica.
O PVB é o único filme que adere ao
vidro no processo de laminação. Porém,
ele aceita a aplicação de padrões
geométricos. Por isso, para fabricação
das películas com desenhos é utilizada
uma lâmina de poliéster (PET). São
duas películas de PVB intercaladas por uma de
PET, que contém os desenhos.
Nos Estados Unidos e na Europa já é possível
desenvolver desenhos exclusivos, como logotipos
de empresas. No Brasil, segundo Arruda, 㳥 filme
deverá ser oferecido de forma diferenciada do
restante da linha, pois seu caráter de exclusividade
origina um custo maior, que limita a utilização
a nichos de mercado좲>
Cores e desenhos
Cor e textura nas películas
metalizadas,
utilizadas para a fabricação de vidro laminado
A combinação de vidros incolores com películas
cujas cores são padrão - verde, azul,
cinza e bronze - pode reproduzir tons semelhantes
aos de vidros coloridos na massa. Além de colaborar
na estética arquitetônica, os filmes
coloridos contribuem na absorção de
calor - um filme incolor deixa passar mais energia
do que um colorido. Da mesma forma, as películas
com desenhos podem interferir nos índices de
sombreamento.
Trata-se do coeficiente de sombreamento permitido
pelo espaçamento entre os desenhos. Quanto mais
agrupados os desenhos estiverem, menor será a
entrada de luz; se mais dispersos, deixam entrar maior
luminosidade nos ambientes internos.
Especificados sob a norma NBR 7199, os vidros
laminados são um dos mais utilizados nas fachadas
de edifícios comerciais, pois sua principal característica,
a segurança, permite que, em caso de quebra,
os pedaços permaneçam aderidos ao PVB.
As películas podem ser empregadas nos
vidros temperado, float, serigrafado, colorido, refletivo,
incolor, antibala e outros. A restrição
é feita ao vidro impresso, devido a sua
superfície rugosa. O vidro laminado não
deve estar em contato permanente com água, pois
poderá ocorrer delaminação, isto
é, as lâminas de vidro e PVB começarão
a se desprender.
Destaque no cenário
londrino, a fachada da biblioteca
foi revestida com vidro laminado produzido com
películas nas cores amarela, vermelha, verde e
rosa
Películas de superfície
As películas de poliéster, aplicadas
na superfície do vidro, também são
eficientes no controle solar e na absorção
dos raios ultravioleta. A essas características
alia-se o quesito segurança, pois, no caso da
quebra do vidro, a película pode reter os estilhaços,
evitando danos.
Existem cerca de 45 tipos de películas
de superfície distribuídas entre várias
famílias: as de controle solar são
películas refletivas, que rejeitam os raios infravermelhos
e ultravioleta; mais espessas, as de segurança
possuem adesivo especial para reter os estilhaços,
no caso de quebra do vidro; e as decorativas
apresentam cores e desenhos geométricos.
Os filmes de superfície podem ser pigmentados
nas tramas do poliéster, metalizados a vácuo,
com alumínio, ou metalizados por bombardeamento
iônico. As películas metalizadas a vácuo
têm cor prata que, associada a outras camadas
de poliéster pigmentadas, originam cores do azul
ao bronze refletivo, do cinza refletivo ao verde. As
películas coloridas por bombardeamento iônico
oferecem, normalmente, tons neutros, cores mais
sutis. Além das películas coloridas existem,
também, aquelas com desenhos geométricos
aplicados através de processo industrial.
Todas as películas recebem camada anti-risco
para proteger sua superfície.
Normalmente, as películas apresentam pequeno
grau de distorção. A película
arquitetônica de controle solar, por exemplo,
possui um adesivo especial incolor - clear and distortion
free (CDF) - com índice de distorção
muito menor. Ele confere melhor aparência ao conjunto
vidro/película e mais benefícios às
obras que buscam controle solar.
Também existem os adesivos para laminação
de películas de poliéster. São
utilizados para unir multicamadas de películas,
que resultam em filme com mais benefícios.
Conforme Celso Procknor Filho, representante
de serviços técnicos da Divisão
CPFilmes, da Solutia, as películas de superfície
podem ser utilizadas em qualquer tipo de vidro, exceto
em vidros impressos, devido a sua superfície
rugosa.
As películas de poliéster não
substituem as de PVB, apesar de apresentar benefícios
muito semelhantes. Podem ser utilizadas em edifícios
novos, mas normalmente são aplicadas em obras
já existentes, onde há necessidade
de melhorar o desempenho do vidro, sem efetuar a troca
de caixilhos.
Esse foi o caso da obra de revitalização
do Museu de Arte de São Paulo (Masp),
em 1997, que utilizou cerca de 3 mil metros quadrados
de película incolor de segurança para
melhorar a performance dos vidros, sem interferir nas
características da fachada.
Instalado pela parte interna da edificação,
o filme de poliéster não é visível
pelo lado externo e protege o ambiente contra 99% da
ação dos raios ultravioleta.
Sob consultoria do arquiteto Paulo Duarte, o
arquiteto Júlio Neves, responsável pelo
projeto de revitalização do museu, optou
pelas películas de superfície por serem
imperceptíveis e por promoverem grande aderência
aos painéis de vidros com seis metros de altura,
1,05 metro de largura e dez milímetros de espessura.
As películas foram fornecidas nas dimensões
adequadas, e, portanto, não tiveram emendas.
Cuidados na aplicação
A aplicação da película é
feita manualmente, mas exige mão-de-obra especializada
para trabalhar com lâminas, rodos e líquidos
especiais. Antes da aplicação do filme,
é necessário limpar a superfície
do vidro com solução ligeiramente ácida.
Como a película é muito fina, qualquer
resíduo no vidro pode ficar aparente. É
importante utilizar produtos específicos.
Para auxiliar o retardamento do adesivo existe uma solução
sulfactante que ajuda a película a deslizar na
superfície do vidro. Procknor alerta que detergentes
não devem ser empregados na aplicação,
pois possuem componentes que podem atacar o adesivo
da película e desencadear futuros danos à
instalação. A aplicação
pode ser feita antes ou depois de os vidros terem sido
instalados. Quando realizada antes da instalação
dos vidros no vão, é necessário
pelo menos dois dias de cura.
वrabilidade das películas é ilimitada,
desde que sejam tomados os cuidados adequados de limpeza
e manutenção६e explica.
Recomenda-se aplicar apenas uma película no vidro,
pois a adoção de mais de uma pode aumentar
o índice de absorção de calor e
gerar diversos problemas no vidro, entre eles o estresse
térmico, que provoca trincas. A maioria das películas
é aplicada internamente, devido à facilidade
de acesso ao vidro.
Mas existem alguns casos de películas exteriores:
quando não é possível alcançar
a superfície do vidro internamente e quando este
tem absorção de energia muito alta. Nesses
casos, é adotada uma película exterior
que rejeita a energia antes de o calor chegar ao vidro.
As películas são especificadas conforme
a NBR 7199 e de acordo com cálculos de projeto
que consideram a espessura, a cor e o tipo de vidro.
Texto resumido a partir de reportagem
de Gilmara Gelinski
Publicada originalmente em FINESTRA
Edição 37 Abril de 2004