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MATɒIA TECNOLOGIA: Vidros - Produtos Especiais asseguram conforto aos ambientes - Mat鲩a Publicada em 10/11/2006 - |
Os vidros especiais melhoram o desempenho
energ鴩co das edifica絥s e colaboram com a redu磯 do uso de luz artificial,
ao permitir a passagem de ilumina磯 natural. Al魠de barrar a entrada de calor
e ru�, eles atendem ೠnormas de seguran硠para utiliza磯 em
coberturas, fachadas e marquises.
Quanto mais envidra硤as as fachadas, maior a incidꮣia de luz e
calor solar no interior das edifica絥s. Caso os raios do Sol n㯠sejam
barrados, certamente o edif�o serᠵm grande consumidor da energia
que aciona os sistemas de ar condicionado, al魠de gerar desconforto
ambiental aos seus usuᲩos. Processos industriais de lamina磯,
metaliza磯 e fabrica磯 de insulados, entre outros, tꭠcolocado no mercado
vidros com eficiente desempenho para as mais diversas
solicita絥s, em fachadas e coberturas. Eles garantem seguran硠e elevam os
n�is de conforto t鲭ico e ac䩣o no interior das constru絥s. Podem ainda
manter a transparꮣia, abrindo a constru磯 para os exteriores.
O vidro ocupa lugar de destaque na arquitetura contempor⮥a, mas em pa�s de clima tropical, como o Brasil, a aten磯 deve ser redobrada quanto ࠥspecifica磯 do tipo mais adequado. Sempre lembrando que a entrada de luz e a abertura de vistas para o exterior vꭠacompanhadas do excesso de energia t鲭ica por radia磯, que aquecerᠯs ambientes internos.
Sede da Pfizer em S㯠Paulo, da Empresa Brasileira
de Engenharia e Projetos
Temperados
Considerados vidros de seguran硬 por n㯠formar partes
pontiagudas e ter arestas menos cortantes, os temperados s㯠utilizados na
produ磯 de outros vidros especiais para arquitetura, como
os laminados e de controle solar. Ap㠰assar por processo de tꭰera, o vidro
float se transforma em semitemperado ou temperado, devido ao termoendurecimento,
no qual a chapa 頡lternadamente aquecida e resfriada.
Esse processo pode ser efetuado na horizontal ou na vertical. Na primeira
posi磯, os vidros s㯠transportados em roletes, que dispensam o uso de
pin硬 evitando as marcas deixadas por esta. Ap㠯 processo de tꭰera, as
chapas n㯠podem mais ser cortadas, furadas ou recortadas. No caso de fachadas
suspensas, onde os vidros s㯠presos por parafusos especiais, os furos para
receber as ferramentas de fixa磯 devem ser feitos antes do termoendurecimento.
Brises na fachada do Centro de Cultura Judaica,
projeto de Roberto Loeb, em S㯠Paulo
Laminados
Muito utilizados em projetos de edif�os comerciais, os vidros
laminados possuem propriedades especiais que garantem seguran硠ೠ
fachadas, coberturas e guarda-corpos. Em caso de quebra da placa
laminada, os peda篳 permanecem colados ࠰el�la de polivinilbutiral (PVB).
Especificados conforme a NBR 7 199, os laminados s㯠compostos por duas ou mais
chapas de vidro, intercaladas por pel�las de PVB. A lamina磯 tamb魠pode ser
feita com resinas especiais, que, al魠de apresentar o mesmo desempenho das
pel�las, facilitam o curvamento das placas de vidro.
A lamina磯 頵m processo industrial de press㯠e calor, no qual o
sandu�e composto por PVB e vidro 頰rensado por uma calandra, que
comprime o vidro para eliminar todo o ar entre as camadas, promovendo
a ades㯠das chapas ao PVB. Ap㠡 calandragem, o painel passa por uma autoclave
para receber nova carga de press㯠e calor, garantindo total ades㯠dos
componentes. 婴as camadas de PVB dificultam o processo de lamina磯,
devido ࠭aior quantidade de ar que se cria nas interfaces dos materiais͊alerta Luciano Arruda, gerente de marketing da Solutia.
Al魠de seguran硬 a lamina磯 confere ao vidro fun磯 termoac䩣a.
O conforto ac䩣o se dᠥm fun磯 da espessura da pel�la de PVB: quanto
maior esta for, maior a atenua磯 do som. Existem pel�las com espessuras de
0,38, 0,76 e 1,58 mil�tro. Quando produzidos com placas de vidro de controle
solar, ou com pel�las que recebem em sua composi磯 aditivos que ajudam a
reter a energia, os vidros laminados tornam-se eficientes para manter o conforto
t鲭ico. A fam�a dos vidros para controle solar empregados nos projetos
arquitetos 頦ormada por refletivo, low-e (baixo emissivo) e serigrafado.
Bras�a Shopping Tower,
de Ruy Ohtake, em Bras�a
Refletivos
Projetar ambientes com boa ilumina磯 natural, que
contribua para a eficiꮣia energ鴩ca das edifica絥s, 頵m dos desafios da
arquitetura. O desempenho fotoenerg鴩co do vidro refletivo, que filtra
os raios solares atrav鳠da reflex㯠da radia磯, garante controle eficiente da
intensidade de luz e de calor transmitidos para os ambientes internos.
A transforma磯 do vidro float em refletivo consiste na
aplica磯 de uma camada metalizada numa de suas faces, feita pelos processos
pirol�co ou de c⭡ra a vᣵo. O vidro pirol�co tem desempenho
como filtro solar baixo ou intermediᲩo mas, por possuir uma camada mais
resistente, pode ser curvado ou termoendurecido e serigrafado ap㠡 pir쩳e.
Jᠯ processo de c⭡ra a vᣵo resulta em vidros refletivos com melhor
desempenho de prote磯 solar, por魠com camada refletiva mais superficial. N㯠
admite, portanto, a maioria dos beneficiamentos que utilizem calor - como a
tꭰera ou o processo de serigrafia, que devem ser feitos antes do dep㩴o dos
詤os.
A especifica磯 de vidros refletivos requer estudos de suas caracter�icas de
desempenho e de elementos como a transmiss㯠de luz, calor,
refletividade, cor do vidro, regi㯠em que se localiza a obra e a finalidade da
edifica磯. Sem esses e outros dados, hᠲiscos de o projeto resultar em
problemas como a claridade desconfortᶥl ou o aquecimento dos ambientes
internos, ou ainda a quebra de vidros, devido ao stress t鲭ico causado pela
alta absor磯 energ鴩ca.
O vidro refletivo n㯠頵m espelho - ele reflete parcialmente para o lado
onde hᠭais luz. Isso significa que, durante o dia, a reflex㯠頥xterna, e
durante a noite 頩nterna. Se essa reflex㯠for excessiva, o resultado pode ser
desagradᶥl. Portanto, 頩mportante considerar o percentual de refletividade
interna.
Como a radia磯 refletida n㯠faz parte da energia que passa por
transmiss㯠direta, e vice-versa, 頩mportante que haja uma combina磯 entre os
percentuais de radia磯 transmitida, refletida e absorvida. Essa combina磯
definirᠯ desempenho fotoenerg鴩co do vidro, que nada mais 頤o que o
balan篠desejᶥl entre a transmiss㯠de luz direta e o bloqueio mḩmo de
calor.
A radia磯 solar se divide da seguinte forma: parte atravessa o vidro,
penetrando no ambiente interno (transmiss㯠direta); parte 頲efletida para
fora; e uma terceira por磯 頡bsorvida pelo vidro, que se aquece e redistribui
essa energia, devolvendo parte para o exterior e parte para o interior. O
balan篠ocorre matematicamente para cada comprimento de onda e vai muito
al魠de simples cᬣulos aritm鴩cos. A dificuldade estᠥm encontrar o
equil�io entre a quantidade de luz e de calor
transmitidos para dentro do ambiente e a quantidade de luz refletida
internamente. Nesse caso, vale lembrar: se a quantidade de luz direta
transmitida for diminu�, haverᠵm escurecimento do interior, com efeitos
negativos sobre a vis㯠e a exigꮣia de mais energia para ilumina磯
artificial.
Segundo o arquiteto e consultor Paulo Duarte, 頼/b>poss�l classificar os
vidros da seguinte maneira, conforme seu �ice de refletividade externa
(Re): alta refletividade (Re superior a 25%); m餩a (Re entre 25% e 15%); e
baixa (Re inferior a 15%). Os vidros de alto desempenho, por
exemplo, como apresentam o coeficiente de refletividade interna (Ri)
superior ao de refletividade externa, ser㯠mais refletivos externamente
e ter㯬 tamb魬 maior refletividade internamente. Para coberturas, segundo
Paulo Duarte, s㯠indicados vidros que tenham coeficiente de sombreamento (CS)
menor que 0,40, transmiss㯠luminosa (TL) entre 25% e 40%, refletividade interna
inferior a 18% e valor UV menor que 3 W/m2.BC.
A utiliza磯 de vidros coloridos influencia a cor refletida e altera o
desempenho fotot鲭ico do vidro refletivo, reduzindo a transmiss㯠de luz
direta, melhorando o fator solar e aumentando a absor磯 de energia. Por isso, 頍
importante considerar tamb魠o efeito da cor ao especificar um vidro refletivo.
Edif�o S㯠Lu�Gonzaga, de Edison Musa, em S㯠Paulo
Metalizados low-e
Transparente, com um leve tom esverdeado ou azulado, o metalizado low-e (baixo emissivo) 頩mportante aliado da est鴩ca das fachadas, pois auxilia no controle solar, sem criar o indesejᶥl efeito espelho. ɠfabricado com a deposi磯 de uma fina camada metᬩca em uma de suas faces, formando um filme protetor que filtra os raios solares e ultravioleta, permitindo, ao mesmo tempo, a passagem de luz natural.
Hotel Hilton S㯠Paulo Morumbi, de Botti Rubin Arquitetos,
em S㯠Paulo
O vidro metalizado low-e foi criado para atender ೠnecessidades
dos pa�s de clima frio, que precisam manter o interior do
edif�o aquecido. Adaptado com tecnologia de ponta para o clima tropical,
ganhou uma camada chamada e para todo efeitoe, al魠de permitir a
passagem de luz, possui propriedades refletivas. O resultado 頵m vidro com
excepcional desempenho energ鴩co, que reflete para fora principalmente
as radia絥s no espectro do infravermelho pr詭o e distante. Sua refletividade
externa fica entre 8% e 10% e sua transmiss㯠luminosa, entre 70% e 80%.
Os baixo emissivos exigem muito cuidado com seu manuseio. Muito
delicada, a camada metalizada pode ser facilmente destru� em solicita絥s
mec⮩cas. Os vidros low-e s㯠incompat�is com o silicone butil, utilizado
para produzir o vidro insulado, e/ou com o silicone usado para colagem. Quando
esses produtos entram em contato com a camada metalizada, formam um friso
dourado no low-e, interferindo na est鴩ca da fachada. Uma das solu絥s para
resolver essa quest㯠頭anter uma faixa em toda a periferia do quadro de vidro,
sem a camada metᬩca. Os vidros low-e foram utilizados na obra da Torre
Almirante (Finestra 40), inaugurada este ano, no Rio de Janeiro.
Vidro insulado
Eficiente como isolante do fluxo de calor por condu磯, o
vidro insulado 頣omposto por duas ou mais chapas, separadas por c⭡ras de ar.
O quadro de vidro 頳elado em todo o seu per�tro, a fim de evitar que ocorram
trocas entre a atmosfera interna da c⭡ra e a do ambiente externo. A c⭡ra
interna pode conter uma mistura de ar com nitrogꮩo, arg ou outros gases.
Devido ࠩn鲣ia t鲭ica do ar, essa c⭡ra constitui um elemento
isolante que reduz o coeficiente de transmiss㯠de calor, dificultando a
passagem deste de um ambiente para outro.
O desempenho fotoenerg鴩co do vidro insulado pode ser melhorado, quando
se utiliza para sua composi磯 um vidro refletivo, no lado externo. Dessa
forma, parte da radia磯 頲efletida para o exterior, enquanto o insulamento
reduzirᠯ coeficiente de sombreamento do conjunto. Essa solu磯, aliada ao
baixo coeficiente de transmiss㯬 resultarᠥm um vidro com bom controle solar
que mant魠alta a transmiss㯠luminosa.
Segundo o consultor Paulo Duarte, existe um equ�co quanto ao desempenho
ac䩣o dos vidros insulados. Normalmente, as c⭡ras de ar - de 6 a 25
mil�tros - pouco ou nada acrescentam nesse requisito. Na realidade, para a
mesma massa de vidro, uma chapa laminada tem melhor desempenho que um insulado.
㯠vale a pena especificar um vidro insulado para redu絥s de at頼b>40
decib驳. Por魬 acima desse valor, os insulados superam os laminados
comuns६e recomenda.
Ind䲩a Natura, Roberto Loeb, em Cajamar, SP
Serigrafados
A serigrafia consiste em transferir desenhos ou
superf�es de cor de uma matriz para um suporte. A imagem ou desenho geom鴲ico
頦ixado sobre uma tela de seda ou nᩬon por meio de processos fotogrᦩcos,
definindo-se Ქas permeᶥis e impermeᶥis ࠴inta. A t飮ica
mais utilizada 頡quela em que o esmalte cer⭩co (tinta vitrificada) 頡plicado
na l⭩na de vidro, que passa depois pela tꭰera, para que os pigmentos sejam
incorporados a sua massa. Ap㠡quecimento e resfriamento, o vidro float
torna-se serigrafado e temperado, sendo mais resistente que o comum.
O vidro serigrafado para arquitetura chegou hᠭenos de dez anos ao
mercado brasileiro, e foi explorado em poucos projetos. Entre eles estᠡ
cobertura do edif�o The Flat, em S㯠Paulo, do escrit⩯ Aflalo & Gasperini,
e a fachada da ind䲩a Natura, em Cajamar, projeto do arquiteto Roberto Loeb.
As caracter�cas de transparꮣia e translucidez, obtidas a
partir de cores e desenhos aplicados, resultam em prote磯 de zero a 100% de
cobertura da superf�e do vidro, constituindo op磯 de sombreamento em
fachadas e coberturas.
Alguns tipos de vidro refletivo podem ser serigrafados, desde que a metaliza磯
resista ࠼b>tꭰera, proporcionando ganhos em controle solar. Por魬 se a
quest㯠for potencializar o bloqueio de raios do Sol, dependendo dsso caso,
consultores e t飮icos recomendam a associa磯 de um vidro refletivo a um
serigrafado. Quando aplicados em situa絥s que exijam seguran硬 como fachadas,
coberturas, escadas e guarda-corpos, a norma indica que os serigrafados devem
ser laminados.
Centro Brasileiro Brit⮩co, Botti Rubin Arquitetos,
em S㯠Paulo
Publicada originalmente em FINESTRA